Taxa do desemprego pode chegar perto dos 8,5% diz presidente do BC




Cresceu nos últimos meses o número de brasileiros que não conseguem levar para casa toda a comida que escolhe e coloca no carrinho do supermercado.




Tribuna da Bahia, Salvador

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil


Por Eduardo Rodrigues e Thaís Barcellos

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou ontem que a retomada do mercado de trabalho brasileiro foi surpreendente e avaliou que a taxa de desemprego no País pode chegar perto de 8,5%.

"Isso volta muitos anos atrás em termos de desemprego. Essa é a grande surpresa. Outros países têm mudança estrutural de mão de obra, mas o Brasil é destaque na América Latina", enfatizou Campos Neto, em evento promovido pelo Instituto Millenium.

O presidente do Banco Central avaliou que ainda há um hiato no mercado de trabalho, e admitiu que é difícil prever a taxa neutra de emprego no País. "Alguns economistas falam entre 6% e 9%, alguns que estimavam 9% agora falam em 7%. Há um dispersão grande no mercado sobre taxa neutra de desemprego e não tentamos estimar. O nosso entendimento é de que ainda há hiato, ainda há sobra nessa conta", respondeu Campos Neto.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, demonstrou preocupação, embora constrangido, com o aumento desenfreado dos gastos do governo em plena campanha eleitoral e reconheceu que a piora do quadro fiscal “é uma coisa que aflige”, porque é um problema que vem surpreendendo no curto prazo.

Em debate com economistas liberais do Instituto Millenium, realizado na manhã de ontem, ele buscou uma frase comum no meio econômico para ilustrar os benefícios criados pelo pacote de R$ 41,2 bilhões que inclui, a ampliação do Auxílio Brasil — programa que substituiu o Bolsa Família — de R$ 400 para R$ 600. “Não existe nada mais permanente do que um programa temporário do governo”, afirmou.

 Consumidores - Cresceu nos últimos meses o número de brasileiros que não conseguem levar para casa toda a comida que escolhe e coloca no carrinho do supermercado. O corte na compra ocorre na boca do caixa, quando o valor da conta passa do previsto. A saída tem sido abandonar desde itens básicos, como óleo de soja, até supérfluos, como refrigerantes.

Impulsionado pela alta de preços dos alimentos, o carrinho que fica nos caixas dos supermercados está cada vez mais cheio. Entre janeiro e junho deste ano, 4,997 milhões de itens foram abandonados. É um volume quase 16,5% maior que o do primeiro semestre de 2021, ou 704,9 mil itens a mais, revela pesquisa inédita feita, a pedido do Estadão, pela Nextop. A empresa atua há 25 anos com tecnologia de segurança do varejo.

Por meio de inteligência artificial e de um grande banco de dados, foram extraídas informações autorizadas do movimento de caixa de 982 supermercados de médio e pequeno porte do País, que atendem a todas as faixas de renda e que juntos vendem R$ 5 bilhões.

Fonte: Agência Estado

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