Camilo vira favorito para o MEC e Izolda perde força






O ex-governador e senador eleito Camilo Santana (PT) passou a ser apontado como a escolha mais provável para comandar o Ministério da Educação (MEC) no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a partir do ano que vem. Até então, a favorita era a atual governadora Izolda Cela (sem partido), aliada próxima de Camilo e responsável pelas políticas de educação durante a gestão estadual do petista no Ceará.

Ao longo dos últimos dias, vinham se intensificando as discussões sobre uma possível indicação de Izolda para o cargo, com destaque à sua presença junto a Lula durante a diplomação do presidente eleito, na última segunda-feira (12). A governadora também era apoiada por Camilo para assumir o posto. O nome de Izolda, no entanto, vem enfrentando resistência dentro do PT, que passou a pleitear um nome do partido para comandar a pasta.
Também incomodou petistas o entusiasmado apoio demonstrado por integrantes da Fundação Lemann ao nome da governadora, com alguns partidários alegando que Izolda seria, por isso, mais ligada a empresas de educação privada. A bancada petista na Câmara dos Deputados chegou a se mobilizar para tentar emplacar Reginaldo Lopes, líder do PT na casa, para ser indicado.

Com isso, fica fortalecida a perspectiva de Camilo aceitar o convite de Lula para assumir o Ministério, sendo ele petista de carreira. Izolda já foi filiada ao partido, mas saiu para integrar o PDT, durante o período em que as duas siglas foram aliadas no Ceará. No entanto, após ter sido preterida pelos pedetistas na escolha do candidato a governador este ano, ela deixou a sigla e apoiou o então postulante Elmano de Freitas (PT), candidato de Camilo, para o cargo. Após o distanciamento da cúpula pedetista e a proximidade com o grupo de Camilo, houve no campo político expectativa de que ela se filiasse novamente à legenda ou ainda a outro partido aliado do PT cearense, o que não aconteceu até o momento.

Também nos últimos dias, Lula e equipe chegaram a cogitar o desmembramento do Ministério da Educação em duas pastas, uma para a educação básica e uma para o ensino superior, de modo a acomodar mais aliados na distribuição de cargos. Em uma hipótese, Camilo ficaria com o lado responsável pelo ensino superior e Izolda com a educação básica. A proposta, no entanto, perdeu força após reação negativa à ideia.
Izolda, por outro lado, ainda deve ser contemplada com uma indicação para uma posição de relevo dentro do MEC, como a Secretaria de Educação Básica ou a Secretaria Executiva. Nessa perspectiva, ela estaria mais uma vez atuando sob Camilo na administração pública, como o fez quando foi secretária de Educação em seu governo, mas agora na esfera federal.

Senado
Caso Camilo aceite o convite de Lula e assuma o MEC, ele vai ceder a cadeira recém-conquistada no Senado Federal para sua primeira suplente, a deputada estadual Augusta Brito (PT). A hipótese de a deputada assumir o mandato já era aventada desde a época da campanha, com apostas de que Camilo seria chamado para tocar um ministério. A segunda suplente é Janaina Farias, que foi secretária especial do ex-governador durante sua gestão e apontada como um nome de confiança seu.

Transição
Camilo Santana, senador eleito com o maior percentual de votos do Brasil no último pleito, atualmente integra a equipe de transição de Lula na área do Desenvolvimento Regional e seu nome chegou a ser especulado para comandar a pasta no futuro governo. A hipótese, no entanto, não se concretizou.

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