José Guimarães (PT), buscará apoio do Republicanos e diz que base não está consolidada



 

O  líder do governo Lula (PT) na Câmara dos Deputados, o deputado federal José Guimarães (PT-CE) afirmou à Folha de S. Paulo que a montagem do corpo ministerial – com espaços sendo cedidos aos mais variados partidos – não foi suficiente para consolidar a base necessária de apoio a Lula na Câmara. O União Brasil, por exemplo, ficou o Ministério das Comunicações, que será chefiado por Juscelino Filho (MA). No entanto, a sigla ainda se diz independente em relação ao futuro governo. Guimarães afirmou que buscará aparar as arestas com o partido.

O deputado também disse que vai procurar o Republicanos – que foi base de apoio de Jair Bolsonaro (PL) durante o governo e a campanha eleitoral. “Eu considero que a montagem do governo não resolveu tudo, mas foi um começo decisivo para o governo consolidar a base. Primeiro, nós precisamos reconstruir a relação entre Executivo e Legislativo. Legislativo não pode ser apenas um puxadinho do Planalto; e Executivo não pode ser um puxadinho do Legislativo como foi no governo Bolsonaro. Toda discussão que tivemos até agora com o Arthur Lira foi assim, uma relação institucional, respeitosa, de diálogo. Se fizer isso, é meio caminho andado para construir o processo legislativo. Queremos também consolidar um bloco que tenha compromisso programático com o país, com o centro político e partidos de esquerda”.

“O PSD e MDB estão consolidados. Estamos tratando como recompor a União Brasil em função das insatisfações. O Republicanos não integra [a base], mas eles fizeram um gesto muito importante para nós que foi a votação da PEC do Bolsa Família naquele destaque [o partido evitou uma desidratação da proposta]. A gente tem que fazer um esforço grande, não é uma base para servir o governo através do chicote; é uma base para atender as demandas do país e dialogar permanentemente com o governo. Evidentemente tem os pleitos dos estados, tem obras importantes para serem retomadas. É normal que os deputados peçam isso e aquilo para sua base eleitoral, tudo com transparência. Também queremos um fórum permanente com todos os líderes. E também diálogo com aqueles que ficaram na oposição. Eu acho importante o presidente receber os parlamentares, os líderes. Meu esforço é que eles opinem também em projetos do governo”, completou.

Guimarães sinalizou ainda que mudanças na Esplanada dos Ministérios podem acontecer para comportar os novos aliados que o futuro governo pretende ter. “Você larga com uma composição. Como foi no próprio governo Lula. O esforço é para ampliar cada vez mais a base. Como fazer? Ainda é cedo. Nem começou o governo ainda. Mas acho que tem espaço, sim. Eu quero atrair todos dentro de uma dinâmica de diálogo. Nós queremos que o Republicanos integre a base”.

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