Há pouco mais de um mês, o governador Elmano de Freitas sancionou a lei que autorizou o Plano Estadual de Redução das Filas de Cirurgias Eletivas, Exames Complementares e Consultas Especializadas na rede pública. O objetivo é promover maior celeridade no andamento das filas de cirurgias que se formaram no Sistema Único de Saúde (SUS). Esta tem sido uma das prioridades da nova gestão estadual e, Freitas, chegou a se reunir em janeiro com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, em Brasília, para unificar o planejamento do Governo do Ceará com o do Governo Federal e, assim, “aprimorar a estruturação da saúde pública” no Estado.
A Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) informou à reportagem que, atualmente, há cerca de 50 mil solicitações de procedimentos eletivos cadastradas nos sistemas de Regulação Estadual, dos quais cerca de 18 mil são oriundos da da Regulação Municipal de Fortaleza. A secretaria destacou que os números são dinâmicos e variam diariamente de acordo com a quantidade de operações realizadas e o cadastro de novos pedidos.
Nesse sentido, a Sesa explicou que, após o plano aprovado em fevereiro, no momento está em vigor um chamamento público para convocar clínicas, hospitais-polo e outros equipamentos de saúde para realizar os procedimentos que não são urgentes. “Atualmente em fase de inscrição e de análise de documentação, o chamamento vai cadastrar pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos, para, mediante credenciamento posterior, realizar cirurgias de média e alta complexidade listadas na Central Estadual de Regulação, observando critérios de regionalização”, disse a secretaria.
As principais requisições dos cearenses são para procedimentos como colecistectomia, hernioplastia inguinal/crural e histerectomia total. O plano, por sua vez, contempla especialidades como oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologia, cirurgia geral, gastroenterologia, ginecologia, urologia, nefrologia, neurologia e vascular.
Silvia Lidia está na fila para a cirurgia de laqueadura há mais de dois anos. De acordo com ela, levou cerca de um ano para conseguir a primeira consulta antes de entrar na fila, depois disso, passou por uma assistente social e ficou aguardando ser chamada. “Fico muito triste. Tomo anticoncepcional trimestral e, a cada dia, estou engordando”, relata. A paciente conta que já havia ligado para o hospital diversas vezes para questionar a demora do andamento e foi informada que precisava aguardar o contato chamando para o retorno à unidade.
O Jornal O Estado procurou a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) sobre o caso de Silvia e foi informado que a paciente foi agendada para consulta no dia 28 de janeiro de 2021 e não compareceu. No entanto, Silvia tem um mãos um pequeno papel que demonstra que ela realizou entrevista para esterilização tubária no dia 01 de fevereiro de 2021. A SMS orientou que ela voltasse a entrar em contato com o posto de saúde para remarcar a consulta. Cerca de 24 horas depois, a paciente informou à equipe de reportagem que um funcionário do hospital ligou para dar continuidade ao processo. A cirurgia deve ser realizada dentro de uma semana.
Orientações
Em nota ao Jornal O Estado, a Sesa reforçou que para inclusão no sistema de Regulação, é preciso primeiro buscar atendimento nos postos de saúde. Lá, a demanda será avaliada pela equipe da atenção primária e, se necessário, cadastrada na fila. Além disso, para aqueles que já se encontram na fila, é fundamental manter informações pessoais atualizadas. “O contato para revisão dos dados pode ser feito via Plantão Cirurgia 24h, pelos números de WhatsApp (85) 3219-6073; (85) 3219-9366 e (85) 3101-2610 ou por contato telefônico nos canais (85) 3219-1065; (85) 3219-9858 ou (85) 3219-6045”, detalhou o órgão.
Os cearenses também podem entrar em contato com a Sala de Situação das Cirurgias Eletivas pelos números (85) 3219-4210; (85) 3101-5217; (85) 3101-2666 e (85) 3488-2136, de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h. As informações podem ser acessadas na plataforma Saúde Digital no link digital.saude.ce.gov.br/plantao-cirurgia.
Por Yasmim Rodrigues
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