Famílias de baixa renda receberão adicional de R$ 50,00 por adolecentes


Explorado durante a campanha eleitoral à Presidência da República, em 2022, o principal programa assistencial brasileiro, que se chamava Auxílio Brasil durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), passou por reformulação e será apresentado nesta quinta-feira (2). O novo Bolsa Família teve as diretrizes básicas divulgadas pelo Governo Federal.

Os grupos beneficiários receberão R$ 600,00, que era promessa de campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e dois adicionais: de R$ 150,00 por criança de 0 a 6 anos de idade e de R$ 50,00 por adolescente. Durante o evento de lançamento, no Palácio do Planalto, o presidente Lula assinará o texto da medida provisória que será encaminhada ao Congresso Nacional.
O Governo afirma que os dois valores extras terão a finalidade de considerar o tamanho de cada família no cálculo total do benefício. “Todas as famílias beneficiárias receberão valor mínimo de R$ 600,00 e serão criados dois benefícios complementares, pensados para atender de forma mais adequada o tamanho e as características de cada família”, informou em nota.

1a Infância e Cidadania
“Um deles é voltado para dar atenção especial à Primeira Infância. Determina quantia a mais de R$ 150,00 para cada criança de até seis anos de idade na composição familiar. Um segundo, de Renda e Cidadania, prevê adicional de R$ 50,00 para cada integrante da família com idade entre sete e 18 anos incompletos e para gestantes”, completou o texto. O Governo Federal afirma que o novo programa retomará a característica de instrumento para a redução da pobreza e de promoção das condições sociais de cada família, em particular no que se refere à saúde e à educação, deixando de ser apenas mecanismo de transferência de renda.

Condições
Por isso, o Bolsa Família voltará a dar destaque para as chamadas condicionalidades estratégicas e históricas, como a exigência de frequência escolar para crianças e adolescentes, o acompanhamento pré-natal para gestantes e a atualização do cartão de vacinação. A equipe de Lula também ressalta que tem trabalhado para aprimorar o Cadastro Único e fazer agenda de busca ativa de eventuais beneficiários, com a finalidade de chegar a pessoas em situação de extrema vulnerabilidade, que não solicitaram o auxílio por desconhecimento.
“A intenção é garantir que o benefício chegue a quem de fato necessite e detectar famílias que deveriam fazer parte do programa e que atualmente não estão nele”, afirma o texto.

Chegar a quem precisa
Técnicos que trabalham nos estudos e foram ouvidos pela reportagem dizem ainda que a nova versão deverá prever critérios mais rígidos para famílias unipessoais, ou seja, de um único integrante. Ainda na transição de governo, um dos problemas encontrados pela equipe de Lula foi a explosão de cadastros de famílias solo após o ex-presidente Bolsonaro ter instituído valor mínimo a ser pago independentemente do tamanho da família.

Formato original
O novo modelo retoma o original do primeiro governo de Lula, nos anos 2000. Durante o governo Bolsonaro, o programa foi substituído pelo Auxílio Brasil, que não exigia nenhuma contrapartida dos beneficiários. Agora, terá ainda revisão de benefícios com indícios de irregularidades. Segundo o ministro da Assistência e do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, haverá integração com outros 32 programas de governo voltados para a qualidade de vida da população. Os novos valores foram garantidos com a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que estabeleceu que o novo governo terá R$ 145 bilhões para além do teto de gastos, dos quais R$ 70 bilhões serão para custear o benefício social.

 

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