Justiça aceita denúncia e mantém prisões por manipulação de resultados


 A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público de Goiás, como resultado da operação que investiga manipulação de 14 partidas no futebol brasileiro. Há jogos na Série A do Brasileiro 2022 e nos estaduais. Com isso, 16 pessoas se tornaram réus na ação, que envolve apostadores, financiadores e jogadores.

Foto: Divulgação

O juiz Alessandro Pereira Pacheco, da 2ª Vara de Repressão ao Crime Organizado, acatou o pedido do MP e manteve a prisão preventiva de três envolvidos: Bruno Lopez, Thiago Andrade e Romário Hugo dos Santos, o Romarinho. O trio está preso em São Paulo e será transferido para um presídio em Goiás.

O magistrado autorizou o compartilhamento de todas as informações e provas contidas nos autos com a procuradoria-geral da Justiça Desportiva para que um processo disciplinar seja aberto também no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Isso já tinha acontecido com a denúncia da primeira fase da operação Penalidade Máxima.

Afastamento

O Santos decidiu afastar Eduardo Bauermann após denúncia do Ministério Público de Goiás e pode até processar o zagueiro investigado por combinar cartões em um esquema de apostas esportivas. Inicialmente, o time havia dado um voto de confiança para Bauermann ao ouvi-lo negar todas as acusações, mas a Revista Veja publicou as supostas mensagens trocadas entre o atleta e um dos responsáveis pelo esquema de apostas.

O Santos será solidário à investigação e, se a denúncia for confirmada, pode ir à Justiça contra o jogador. O time paulista afastará Eduardo Bauermann até decidir os próximos passos e não vai rescindir por justa causa, nem aceitaria o possível pedido de demissão nesta terça.

O Santos adota cautela para não cometer erros jurídicos, mas o Comitê de Gestão já fala sobre a possibilidade de processo para rescindir com Bauermann por meio da Justiça e pedir o pagamento da multa do contrato válido até dezembro de 2024.

Bauermann teria recebido R$ 50 mil antes do jogo entre Santos e Avaí, no dia 5 de novembro de 2022, para receber um cartão amarelo. Como não levou a advertência, teria prometido levar o cartão vermelho contra o Botafogo, cinco dias depois. No Rio de Janeiro, o zagueiro de fato foi expulso por reclamação.

Na conversa interceptada pelo Ministério Público, Eduardo Bauermann é cobrado por não ter levado o amarelo diante do Avaí e se compromete a levar o vermelho contra o Botafogo, porém, volta a ser interpelado por ter sido expulso após o apito final, o que não conta na maioria das casas de apostas.

O MP-GO investiga jogos da Série A, da Série B e dos Estaduais de 2023. As autoridades recolheram celulares e computadores e avançaram na investigação. De acordo com a Veja, o líder do esquema seria Bruno Lopez, conhecido como BL, e 16 pessoas estariam envolvidas. O Ministério Público pede ressarcimento de R$ 2 milhões aos cofres públicos por “danos morais coletivos”, além da condenação do grupo envolvido. Os clubes e as casas de apostas são tratados como vítimas pelo MP. As apostas envolveriam cartões amarelos, cartões vermelhos e pênaltis cometidos.

O Estado

 

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