Lei Paulo Gustavo: Deputados discutem implantação no CE


A implementação da Lei Paulo Gustavo no Ceará foi discutida na tarde desta quarta-feira (24) na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) por deputados e representantes da área da cultura no estado. A aplicação da lei lida com a distribuição de recursos e definição de estratégias para a valorização dessa área.

A presidente da Comissão de Cultura e Esporte (CCE) da casa, deputada Emília Pessoa (PSDB), destacou a importância do debate. ”O estado do Ceará vai receber mais de R$ 95 milhões de reais e esses recursos vão ser distribuídos nos municípios. Portanto, esse debate é para que esses recursos possam contemplar todos os talentos artísticos e culturais que existem nas comunidades de todo o Ceará.”

Já a deputada Larissa Gaspar (PT), que solicitou o debate, informou que já está acertada a realização de Seminários Regionais sobre a Lei Paulo Gustavo, com o objetivo de que a discussão chegue a todos os municípios. “A Lei Paulo Gustavo é uma conquista da sociedade. O presidente anterior vetou a Lei e editou uma Medida Provisória para evitar que os recursos fossem disponibilizados para os estados e municípios, o caso foi parar no Poder Judiciário e o Supremo Tribunal Federal se posicionou pela liberação dos recursos… A Lei Paulo Gustavo será o maior investimento em cultura do Brasil, serão R$ 3,8 bilhões de reais para fomentar a arte, a cultura, as mais diversas linguagens para tentar mitigar os efeitos cruéis da pandemia sobre os trabalhadores fazedores da cultural no Brasil”, lembrou a parlamentar.
A deputada Gabriella Aguiar (PSD), por sua vez, afirmou que no sertão vive e reina uma cultura forte e pungente e “a gente precisa fazer com que a melhor execução da Lei Paulo Gustavo inclua o sertão do Ceará”. Ela ressaltou que é preciso escutar os municípios do sertão para que os recursos também possam chegar ao interior do estado e aos pequenos municípios.

O deputado Renato Roseno (Psol) afirmou que na última gestão federal houve um processo de destruição da cultura brasileira, citando como exemplo a Lei Paulo Gustavo ter sido “arrancada da sociedade” com o veto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – veto que foi, no entanto, derrubado no Legislativo. “Tal foi a infâmia, que o ex-presidente criou um artifício para postergar a execução da lei”, pontuou. Ele destacou a necessidade de se fazer um pacto para o fortalecimento institucional dos municípios, promover a participação social e as políticas públicas dos fazedores de cultura e agregar as expressões artísticas e culturais que não têm apoio do mercado.

Secretária
A secretária estadual da Cultura, Luisa Cela, destacou a atualização da legislação no sentido de promover a regionalização dos recursos, para que municípios de regiões como Inhamuns e Sertão Central – que segundo ela são extremamente afetados pela falta de recursos – possam ter acesso a essas verbas. Ela ressaltou que é importante a sensibilização dos gestores cearenses para que todos os 184 municípios façam a adesão à Lei: “Na implementação da Lei Aldir Blanc, apenas dois municípios não aderiram. Essa audiência é importante para mobilizar, engajar e sensibilizar os gestores para que todos os municípios se engajem no processo para que tenhamos a universalização dos recursos da Lei Paulo Gustavo.”

A titular da pasta destacou ainda que o debate sobre a legislação é importante para entender as fragilidades da área da cultura no estado. Ela acrescentou que a Secult está articulando com os municípios das 14 regiões do Estado para potencializar os recursos e a sua aplicação. “Temos que pensar a política estrutural de forma estratégica para garantir a aplicação eficiente na execução dos recursos”, afirmou.

Conforme a secretária, no dia 3 de junho será realizado um encontro sobre a Lei Paulo Gustavo no Cariri e, no dia 6 do mesmo mês, o debate será em Fortaleza

 

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