Nesta quarta-feira, 10, a Autoridade de Supervisão e Informação Financeira (Asif) do Vaticano divulgou que houve 128 sinalizações de atividades suspeitas de lavagem de dinheiro durante o ano de 2022. O número chama a atenção por ser maior do que o que foi registrado em 2021, quando houve 104 notificações do tipo. Quase todos os sinais são originários do Instituto de Obras da Religião (IOR), conhecido como o “Banco do Vaticano”.
Duas sinalizações foram enviadas por “autoridades vaticanas”, uma outra veio de um órgão sem objetivo de lucro e a última se referia a “outros sujeitos”. Até o momento de produção deste texto, 19 denúncias haviam sido enviadas para o Escritório do Promotor de Justiça do Estado. Cinco suspensões foram aplicadas com multas que somaram um total de 829 mil euros, número este que também é maior se comparado ao ano anterior, quando houve quatro punições que culminaram no recolhimento de 379,7 mil euros.
A Asif destacou que as notificações do relatório atual tem “melhor qualidade”, uma vez que o sistema de sinalização se encontra estabilizado e normalizado e que houve uma intensificação das medidas preventivas tomadas pelo IOR. A autoridade foi criada em 2010 pelo Papa Bento XVI. O objetivo principal é combater a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo, além de servir como uma ferramenta de inteligência da Santa Sé.
Escândalo recente
Em julho de 2021, um juiz do Vaticano determinou
que dez pessoas, incluindo um poderoso cardeal
italiano, fossem
julgados por crimes como peculato, lavagem de dinheiro, fraude, entre
outras questões. Na ocasião, o cardeal Giovanni Angelo Becciu tornou-se o
oficial da igreja com base no Vaticano de mais alta patente a ser
indiciado por crimes financeiros. Durante a investigação, que durou dois
anos, o cardeal afirmou ser inocente. Tanto Becciu, quanto outras
autoridades são suspeitos de estarem envolvidos na compra, pela Santa
Sé, de um prédio em uma área luxuosa de Londres.
Comentários
Postar um comentário