Caixas eletrônicos de cinco bairros da capital foram adulterados



Nesta quarta-feira, 14, a Polícia Federal deflagrou a chamada “Operação Vintém” que, teve como principal objetivo, desmantelar um esquema criminoso que atuava fraudando equipamentos eletrônicos da Caixa Econômica Federal para que saques indevidos fossem realizados. De acordo com as informações divulgadas, a organização realizou mais de 900 saques fraudulentos em 39 contas da Caixa Econômica no Rio de Janeiro, em São Paulo e no Ceará. Estima-se que, somente em Fortaleza, o prejuízo tenha chegado aos R$ 1,3 milhão.
Foto: Divulgação/PF

As autoridades detalharam que os fraudadores manipulavam equipamentos de informática (ATMs) para gerar saques no valor de R$ 2.000,00. No entanto, o registro de débito era de apenas R$ 20,00 nas contas. As investigações revelaram que, em apenas um dia, uma conta no território cearense realizou mais de 700 saques indevidos. No total, o prejuízo estimado em todos os Estados é de R$ 1.700.296,00. Acredita-se que uma pessoa com acesso aos equipamentos do banco por meio de empresa terceirizada esteja envolvida no esquema. O nome da operação faz referência, justamente, aos valores que foram debitados de maneira fraudulenta das contas.



A PF também informou que caixas eletrônicos de cinco bairros na capital cearense foram adulterados, no entanto, não foram divulgados os bairros onde se localizam tais equipamentos. Esta é a primeira vez que uma ação assim é registrada no Ceará e, ainda ontem, um mandado de busca e apreensão foi cumprido em Fortaleza para coletar documentos e eletrônicos que auxiliem na comprovação dos crimes e na identificação de mais de 20 outros possíveis membros do grupo criminoso.



“Todas as alterações, movimentações e dados técnicos foram encaminhados já pelo setor de segurança da Caixa Econômica Federal. À Polícia Federal coube analisar os dados recebidos e comparar com os indícios de autoria, isso é também o que o mandado de busca visava”, explica o delegado chefe da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), Victor Mesquita.

Como divulgado pela PF, a maior parte do esquema foi realizado no Ceará. Nesse sentido, é importante destacar que não houve vítimas diretas do golpe, uma vez que as contas utilizadas não possuíam movimentação. As investigações foram iniciadas durante o mês de março. O alvo do mandado cumprido em Fortaleza é um profissional que prestava serviços de manutenção à instituição e, para as autoridades, há possibilidade de que servidores também estejam envolvidos com a organização.

“Os caixas eletrônicos já são equipamentos bastante seguros. Porém, se houver a participação de uma pessoa que tenha um acesso privilegiado ao equipamento, qualquer que seja ele, não teria como a gente impedir […] São casos isolados em que um equipamento é efetivamente infectado”, ressalta o delegado. Segundo ele, em ações semelhantes, normalmente, existe uma ação humana para que algum artefato seja utilizado. “Este é um caso diferente. Não há um equipamento físico colocado no caixa, é uma determinação programada no sistema”, explica.

Penas

Victor Mesquita esclarece que, neste crime, em específico, devido às suspeitas de que tenha existido a participação de pessoas relacionadas à Caixa Econômica Federal que, portanto, respondem como servidores públicos, os envolvidos poderão ser acusados de cometer peculato. Além disso, os envolvidos podem ser responsabilizados por fraude bancária, ou seja, furto qualificado mediante fraude, e organização criminosa. Conforme divulgado pela PF, as penas podem chegar aos 28 anos de prisão. As investigações devem continuar a fim de identificar os demais membros da organização criminosa.

Por Yasmim Rodrigues

 

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