Professora indígena cearense é assassinada em Aratuba; polícia suspeita de feminicídio



Próximo à residência onde estava a vítima, "um homem de 48 anos também foi localizado sem vida", segundo a SSPDS

Escrito por Redação , 

Legenda: Gerlene tinha formação em ensino intercultural indígena
Foto: Reprodução/Redes sociais




Uma professora indígena da cidade de Aratuba, no Maciço de Baturité, foi assassinada neste sábado (1º). Maria Gerlene da Silva Oliveira, de 34 anos, pertencia à etnia Kanindé e deixa dois filhos. Ela integrava a Escola Indígena Manoel Francisco dos Santos, na zona rural do município, como docente da educação infantil.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), o caso é investigado como um possível feminicídio seguido de suicídio. A professora foi encontrada morta em uma residência na localidade de Sítio Fernandes

Próximo à residência onde estava a vítima, "um homem de 48 anos também foi localizado sem vida". A Delegacia Regional de Canindé investiga o caso.
Repercussão



Nas redes sociais, Juliana Alves, a Cacika Irê, secretária dos Povos Indígenas do Ceará (Sepince), qualificou a professora como “pessoa inspiradora, de coração imenso”, e repudiou o assassinato.



“Mais uma vez, infelizmente, nos deparamos, em nosso cotidiano, com uma morte violenta. Nenhum ser humano deveria ter sua vida interrompida de forma tão cruel. Envio ao Povo Kanindé de Aratuba, todos os parentes,e amigos meu forte abraço. Que um dia possamos viver em um mundo de harmonia e paz. Que a ancestralidade conforte a todos”, escreveu.


A Articulação de Mulheres Indígenas do Ceará (Amice) também lançou nota destacando “tristeza e indignação” pela morte de Gerlene.

“Que a memória da Gerlene nos inspire a seguir em frente, na busca por um mundo onde a violência de gênero seja apenas uma página virada na história. É importante ressaltar que o feminicídio não é um caso isolado, mas sim um reflexo de uma sociedade machista e patriarcal que ainda persiste em desvalorizar e desrespeitar a vida das mulheres”.

A entidade defendeu que as mulheres indígenas não se calem diante dessa realidade. “Precisamos nos unir, fortalecer nossas vozes e exigir justiça. Não podemos permitir que mais vidas sejam tiradas impunemente”, finalizou.

DN

 

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