Mais de 300 novas farmácias abriram no Ceará em um ano



O surgimento de novas unidades de farmácia tem chamado a atenção da população cearense nos últimos anos. O Conselho Regional das Farmácias estima que, atualmente, existam 3.261 estabelecimentos em todo o estado, sendo que 309 deles foram inaugurados entre agosto do ano passado e agosto deste ano. Um levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) destacou que, no primeiro semestre de 2023, o Ceará foi o 7º estado brasileiro com o maior número de novas farmácias, com um total de 48 lojas abertas. “É uma tendência cada vez maior do setor farmacêutico abrir novos estabelecimentos, tanto de médias, pequenas, micro e grandes empresas. É um mercado que vem, a cada ano, tendo crescimento positivo, embora seja bastante concorrido”, conta o diretor do Sindicato do Comércio Varejista dos Produtos Farmacêuticos do Estado do Ceará (Sincofarma) e diretor da Confederação Nacional do Comércio, Maurício Filizola, que também preside a Rede de Farmácias Santa Branca.
Foto: Reprodução\Pexels

De acordo com ele, a alta concorrência acontece principalmente por conta da presença das grandes redes, que já se encontram em quase todas as esquinas das principais vias de Fortaleza. Porém, as microempresas também têm ganhado espaço em território cearense. Em comparação com o primeiro semestre de 2019, por exemplo, no mesmo período deste ano houve aumento de 78,8% em unidades farmacêuticas deste tipo. “Cada vez mais, a população tem qualidade de vida e vive mais. Vivendo mais, também se consome mais medicamentos e outros produtos para a saúde. A farmácia, sendo próxima do consumidor, faz com que essas demandas sejam atendidas”, explica o diretor do Sincofarma, acrescentando que a expansão das farmácias já pode ser percebida além das fronteiras da capital, alcançando as principais cidades do interior.

Exames

“Muito mais do que um local de venda de medicamentos, as farmácias estão se consolidando como verdadeiras clínicas, um hub de saúde, com a oferta de serviços e atendimentos essenciais para os clientes”, orgulha-se Filizola. Nesse sentido, é importante lembrar que, desde o dia 1º de agosto, as farmácias estão autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a realizar diversos tipos de exames de análises clínicas. “É uma modalidade nova. Temos aprovados pela Anvisa 47 exames e, aos poucos, a população vai se acostumando e mudando a cultura de buscar a farmácia não só para a compra de medicamentos, mas para ter ali um espaço de saúde com a presença do farmacêutico, um profissional treinado e capacitado para poder ajudar na demanda de uma qualidade de vida mais apropriada”, explica.

Os exames realizados em tais unidades são feitos a partir de um furo no dedo e têm resultados disponíveis em um período de até 15 minutos. “Isso dá mais subsídios tanto para o farmacêutico quanto para o médico na tomada de decisões. Com o avanço disso, é provável que tenhamos uma repercussão perante às unidades de saúde do estado. Esse é um ponto muito importante”, declara Filizola. Conforme a orientação da Anvisa, tais exames devem ser utilizados como uma primeira avaliação. Entre os principais destacam-se o de beta HCG, o de colesterol total, o de toxoplasmose, os testes rápidos para HIV, malária, sífilis, febre amarela e diversas outras possibilidades.



Maurício Filizola acredita que a expansão do setor farmacêutico não esteja restrita somente ao Ceará, mas que já se faz presente em todo o Brasil. Dados da Close-Up International, por exemplo, indicam que há 90,9 mil farmácias em território nacional, sendo que houve um crescimento de 9,9% na área em dois anos. Para que tal aumento seja contínuo, o diretor do Sincofarma defende que as empresas menores priorizem a capacitação na área de gestão e os avanços no setor de serviços para que possam ampliar a concorrência em relação às grandes redes.

Por Yasmim Rodrigues

 

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