Nesta semana, duas cidades do interior do Ceará foram reconhecidas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) como integrantes do ranking de dez localidades com as temperaturas mais altas do país. O primeiro município cearense a se destacar nesse contexto foi Jaguaribe, a cerca de 292 km de Fortaleza, que na terça-feira, 29, alcançou 38,5ºC e entrou para a lista em quinto lugar. No entanto, um dia depois, o município em questão marcou 39,1ºC e alcançou o posto de segunda cidade mais quente do país. No mesmo dia, os termômetros de Sobral, na região norte do Estado, indicaram 38,3°C, fazendo com que a cidade entrasse para a classificação em décimo lugar.
O aumento das temperaturas já era esperado pelos meteorologistas, uma vez que os meses terminados em “bro”, isto é, setembro, outubro, novembro e dezembro, são caracterizados por um calor mais significativo. No entanto, neste ano, algumas situações inusitadas têm chamado a atenção da população. Em um trecho da CE-257, que passa pelo município de Santa Quitéria, o asfalto chegou a derreter depois de ter sido recapeado há quatro meses. A Superintendência de Obras Públicas (SOP-CE) se manifestou sobre a situação afirmando que notificou a empresa responsável pelo serviço e que a companhia deverá refazer o trecho, uma vez que está dentro do período de garantia. Técnicos do órgão constataram que o pedaço afetado pelo problema apresentou uma patologia ocasionada pelo excesso de ligante asfáltico somado à questão das altas temperaturas.
É importante lembrar que, na semana passada, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) informou que era considerado normal que as temperaturas no interior do Ceará girassem em torno de 37ºC durante a tarde no segundo semestre. Conforme especialistas da fundação, com a redução das chuvas nesta época do ano, há uma diminuição da cobertura de nuvens, o que permite que a radiação solar chegue ao solo sem nenhum atenuante. As temperaturas podem, inclusive, aumentar nos próximos meses, já que, tradicionalmente, o período mais quente do ano acontece em outubro.
Umidade
Além da alta dos índices marcados pelos termômetros, os meteorologistas também têm chamado a atenção da sociedade para os números referentes à umidade relativa do ar. Jaguaribe, por exemplo, está entre as cidades com os níveis mais baixos do país, já tendo indicado 17%, o que é considerado estado de alerta pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Atualmente, está em vigor um aviso meteorológico de risco médio da Funceme sobre baixa umidade relativa do ar que abrange todo o Cariri e o sul das regiões da Jaguaribana e do Sertão Central. A recomendação é que a população evite praticar exercícios físicos ao ar livre entre às 11h e às 15h e busque manter-se adequadamente hidratada.
Saúde
O especialista em clínica médica, Dr. Daniel Guimarães, explica que o calor excessivo pode representar risco à saúde, principalmente quando a temperatura corporal se eleva além de 40,5 °C. “Há possibilidade de danos aos sistemas nervoso, cardíaco, muscular, além da desidratação grave e suas consequências”. De acordo com ele, os grupos mais vulneráveis são crianças, idosos, diabéticos, cardiopatas, pessoas com sobrepeso, aqueles que fazem uso excessivo de álcool, aqueles que praticam atividades físicas intensas em ambientes mais quentes e a população que tem dificuldade de ter acesso à água.
“Em caso de temperaturas corporais elevadas e sintomas como desmaio, confusão mental, palpitação, dor no tórax, diminuição do volume ou coloração preta na urina, deve-se procurar um atendimento em serviço de emergência”, aconselha.
Por Yasmim Rodrigues
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