A Câmara Municipal de Pacajus, na Região Metropolitana de Fortaleza
(RMF), votou a favor da cassação dos mandatos do prefeito, Bruno
Figueiredo (PDT), e do vice-prefeito, Francisco Fagner (União). A
votação ocorreu nessa quinta-feira (21), por unanimidade dos vereadores
presentes à sessão. A acusação que levou à perda dos cargos foi por
suposto nepotismo.
Na averiguação das denúncias, foram descobertas a
contratação de duas irmãs e um irmão de Francisco Fagner, além de uma
sobrinha e a nora de Bruno Figueiredo. Além do nepotismo, também pesa
sobre os gestores acusações de ausência de repasses das contribuições
previdenciárias ao Instituto de Previdência de Pacajus (PacajusPrev) de
2020 a 2022. Anexadas à denúncia estavam evidências que mostram débitos
da Autarquia Municipal de Trânsito, de secretarias e de fundo de
aposentadoria e pensão.
Após a cassação, o presidente da Câmara
Municipal, Tó da Guiomar (União), assumiu a Prefeitura de Pacajus
interinamente, até que ocorram novas eleições. Enquanto isso, a Câmara
ficará sob a Presidência da primeira vice-presidente, vereadora Cristina
Rocha (União). Em fala à imprensa, o gestor recém-empossado disse que
as chances de serem descobertas mais irregularidades são grandes.
“Provavelmente,
vão existir mais denúncias de corrupção contra o prefeito e o
vice-prefeito por abuso de poder, por interferência no Poder
Legislativo, por corrupção passiva, de tudo. A gente acredita que foi
dado um passo importante hoje”, declarou Tó da Guiomar.
Bruno
Figueiredo ressaltou, por meio das redes sociais, que está tranquilo e
com consciência limpa. “Saindo de cabeça erguida, sabendo que não fiz
nada de errado. Fiz tudo dentro da legalidade, tenho como provar isso e
vou recorrer na Justiça até as últimas instâncias. Mas sabendo também
que o processo político é cruel. Cruel não comigo e outros políticos,
cruel com a população que vai sofrer”, escreveu.
Bruno Figueiredo
também disse que quem o escolheu foi a população, com mais de 20 mil
votos, que a situação toda não passava de armação e que recorrerá. “Quem
me colocou no Governo foi a população e, derrepentemente, a vontade
dessas pessoas deixa de prevalecer por conta de um processo malvado. Nós
somos vítimas de corrupção, falsidade, alegações baixas contra a minha
pessoa e a minha família”, declarou.
Já a defesa de Bruno Figueiredo
falou em conluio dos adversários para retirá-lo cargo, após descobrir
desvio de verbas públicas. “Ao final de 2020, por meio de auditoria, foi
identificado desvio de quase R$ 8 milhões”.
Disse ainda que, após a
denúncia feita pelo prefeito e pela Procuradoria-Geral do Município ao
Ministério Público, à Justiça estadual e a delegacia, ocorreram diversas
represálias contra o mandato dele. “Tudo isso foi feito com o objetivo
de assumir o controle do Município de Pacajus, o que foi concretizado
hoje por meio de um processo administrativo que alega prática de
nepotismo. No entanto, esse processo está repleto de nulidades.”
A
nota repudia “veementemente a cassação injusta e esperamos reverter essa
situação nos tribunais, de forma a fazer prevalecer a verdade diante
daqueles que tentam deturpar o poder executivo e a nossa democracia”
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