Roberto Jefferson utilizou granadas com pregos contra policiais federais, aponta perícia



Ex-deputado utilizou armamentos comprados pela PM-RJ; viatura foi atingida 42 vezes
Escrito por Redação , 22:19 - 17 de Setembro de 2023 Atualizado às 22:20
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Legenda: Roberto Jefferson utilizou granadas modificadas e fuzis contra policiais federais que cumpriam mandado de prisão
Foto: Agência Brasil





A perícia dos ataques cometidos pelo ex-deputado federal Roberto Jefferson contra quatro policiais federais, em 23 de outubro de 2022, aponta que ele utilizou granadas reforçadas com pregos e fuzis potentes.

O laudo foi exibido com exclusividade pelo programa Fantástico, da TV Globo, e divulgado neste domingo (17). Confome a reconstituição do crime, Roberto Jefferson deu mais de 50 tiros de disparo de fuzil.


A modificação das granadas visou aumentar o potencial lesivo. "Lançar um prego nessa velocidade, dependendo da área do corpo que ele atingir, pode causar até a morte”, destaca Michele Avila dos Santos, perita criminal federal.

Duas das três granadas arremessadas por Jefferson tinham sido compradas pela Polícia Militar do Rio de Janeiro. A corporação afirmou que iniciará uma investigação sobre o caso quando for notificada pela PF.

A perícia encontrou 42 perfurações de bala na viatura da Polícia Federal. O perito Bruno Costa Piranga Maia afirma que desacredita a afirmação de Jefferson de que ele não atirou para acertar os policiais

"Primeiro que ele deu muito tiro num veículo que tinha um policial atrás, abrigado, e segundo que dois policiais foram atingidos por tiro, por disparo. Na imagem de depois do tiroteio, você vê um córrego de sangue saindo embaixo do carro. Esse sangue veio do policial que estava aqui, que ele sangrou muito", disse.
Ex-deputado vai a júri popular

O ex-parlamentar será submetido ao Tribunal do Júri pelas acusações de tentativa de homicídio contra os policiais federais. Ele está internado em um hospital no Rio de Janeiro, com autorização do STF.

Roberto Jefferson foi alvo de mandado de prisão após divulgar vídeos com ataques ao processo eleitoral e aos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), principalmente à ministra Cármen Lúcia. Ao chegar à casa do político no Rio de Janeiro para cumprir a determinação do STF, em 22 de outubro de 2022, os agentes federais foram recebidos com tiros e granadas.

O ex-deputado teria usado câmeras do circuito de segurança para monitorar a movimentação dos agentes. O político já estava em prisão domiciliar, sendo proibido de usar as redes sociais, pelos crimes de calúnia, incitação ao crime de dano contra o patrimônio público e homofobia, no âmbito do inquérito do STF.

Após atacar os agentes, houve uma tentativa de rendição e o parlamentar se entregou à polícia horas depois. Alexandre de Moraes converteu a prisão em flagrante para preventiva, horas após a captura de Jefferson, em virtude do vasto arsenal de armas e munição.

DN

 

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