Cid consegue assinaturas para pedir eleição no PDT-CE


O senador Cid Gomes, junto com seu grupo político dentro do PDT, conseguiu o mínimo de assinaturas necessário para pedir novas eleições ao diretório estadual do partido. Conforme o estatuto partidário, são necessárias pelo menos 28 assinaturas – equivalente a um terço do total dos membros do diretório – e Cid teria hoje já mais de 50 nomes a seu lado.

A informação foi divulgada nesta quinta-feira (5) pelo deputado estadual Romeu Aldigueri (PDT), líder do governo estadual na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece). “Temos a maioria e o direito regimental de convocar o diretório, não temos? É convocado por um terço, nós temos a maioria absoluta”, argumentou o parlamentar, que integra o grupo de Cid dentro do partido.

A data prevista para a reunião do diretório é o dia 16 deste mês. Os aliados de Cid chegaram a montar uma força-tarefa para mobilizar partidários a assinarem o pedido a tempo da realização da próxima reunião, uma vez que o estatuto partidário determina um período mínimo de oito dias para protocolar a convocação antes de o encontro acontecer de fato.

Na última terça-feira (3), a deputada estadual Lia Gomes (PDT), irmã de Cid e Ciro, comentou que André Figueiredo quer tomar para si o comando do partido “sem se importar se o PDT vai ficar para caber dentro de um fusca”. A fala tem como pano de fundo a proporção de apoiadores tem Cid, na disputa interna, em comparação com a minoria que defende o comando de André.

Contexto
O movimento foi iniciado após o parlamentar ter sido destituído do comando estadual do PDT pelo deputado André Figueiredo, que ocupa hoje a presidência nacional do partido. Os dois travaram, ainda no mês de julho, um embate pela presidência do PDT no Ceará, com a disputa tendo acabado em um acordo entre os dois grupos: Cid ficaria com o cargo até o fim deste ano e então apoiaria a chapa de Figueiredo para ele retomar o comando no ano que vem.

O cenário mudou principalmente com a reunião da cúpula realizada na última sexta-feira (29), quando os dois grupos se desentenderam e Figueiredo e aliados saíram inconformados do encontro, chamando Cid de “ditador”. O grupo de Cid, próximo do governador Elmano de Freitas (PT), teria pressionado por uma definição sobre a posição do PDT quanto à gestão estadual, desagradando os demais. Em resposta, Figueiredo e aliados decidiram agir via diretório nacional para retirar Cid do cargo à força.

O apoio ao governo estadual está no cerne da questão que divide o PDT ao menos desde o período eleitoral de 2022. À época, petistas e pedetistas tinham acabado de romper a aliança estadual que já vigorava por 16 anos no Ceará, e o PT acabou lançando candidato próprio e levando o pleito a governador, derrotando o candidato pedetista Roberto Cláudio. Em meio a isso, vários integrantes do PDT apoiaram Elmano – como o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Evandro Leitão, que recentemente anunciou sua desfiliação do PDT.

Atualmente, a maior parte do partido no Ceará apoia Cid e é a favor de integrar a base do governo Elmano, enquanto uma outra parcela (principalmente concentrada em Fortaleza) faz frente à gestão estadual e defende um distanciamento do PT. Integram este grupo, além de André Figueiredo e Roberto Cláudio, o atual prefeito de Fortaleza José Sarto e o ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes – com quem Cid está rompido em decorrência desse desentendimento no partido.
Atualmente, na Assembleia Legislativa, 10 dos 13 parlamentares do PDT apoiam o governo Elmano e integram o grupo de Cid Gomes, enquanto os outros 3 são próximos do grupo de Figueiredo e Roberto Cláudio

 

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