Natural de Sobral (CE), divorciado, Oscar Spíndola Rodrigues Jr. é
chanceler e fundador do Centro Universitário Inta (Uninta). O
parlamentar concluiu três graduações –, Ciências Contábeis, Teologia e
Ciências – , é especialista em Metodologia do Ensino Superior, mestre e
doutor em Teologia, além de doutorando em Ciências da Educação. É pai de
seis filhos, entre eles, dois políticos: o deputado federal Moses
Rodrigues e o vice-prefeito de Umirim, Judson Rodrigues.
Começou
sua vida profissional como professor na rede estadual de ensino,
responsável pelas disciplinas de Inglês, Educação Física, Matemática,
Química e Física em várias escolas de Sobral e cidades vizinhas, por 17
anos. Ao mesmo tempo que exercia o magistério, passou cinco anos na
Polícia Civil, chegando a chefe da Perícia Criminal. Posteriormente,
passou no concurso para professor da Universidade Estadual Vale do
Acaraú (UVA), onde lecionou por 25 anos nos cursos de Administração,
Ciências Contábeis, Pedagogia e Ciências.
Em 1998, entra para a
iniciativa privada, implantando a primeira Escola de Ensino Supletivo de
Ensino Fundamental e Médio do interior do Ceará. Ao mesmo tempo, passa a
atuar na construção civil. No ano seguinte, com o curso de Teologia,
criou o Instituto Superior de Teologia Aplicada (INTA), que passou a se
chamar Uninta, quando alcançou o status de Centro Universitário (2017).
Na área política, foi filiado ao PSB e ao MDB, chegando a presidir o
diretório municipal do partido em Sobral. Em 2020, concorreu à
Prefeitura de Sobral, obtendo mais de 40% dos votos.
Multiempreendedor,
sendo mantenedor de sete instituições de ensino superior, ele se
orgulha de preparar os jovens para o mercado de trabalho e de gerar
empregos em áreas como educação, agropecuária, construção civil e
indústria de metais. Pauta o seu mandato na defesa da educação, da
agropecuária e da geração de emprego e renda.
Em entrevista exclusiva ao Jornal O Estado, o deputado detalha sobre sua atuação na Assembleia Legislativa do Ceará.
O ESTADO | Atualmente, a Assembleia Legislativa (Alece) é
dividida por 12 representantes da direita contra 34 representantes da
esquerda. Essa diferença entre os partidos interfere na decisão de novos
projetos?
DR. OSCAR RODRIGUES | A divisão ideológica não
interfere muito nas discussões, a não ser nos temas de costume, nos
aspectos morais, religiosos, que é uma discussão mais afeta ao Congresso
Nacional. A Constituição deixou pouco espaço legiferante às assembleias
legislativas. Aqui, a principal divisão é entre governo e oposição. Mas
isso não interfere na aprovação de projetos a favor do Estado. O bem
comum está acima dos interesses partidários ou ideológicos.
O E. | Como o deputado define esse desafio de atuar no seu primeiro mandato?
O.
R. | Estou me sentido muito bem na Assembleia, pois reputo a composição
atual de nível elevado. Há muitos novatos, mas isso não prejudica no
desempenho. Tenho boa produção parlamentar, principalmente em defesa de
nossa região (Zona Norte), sem desconsiderar os assuntos que atingem
todos os cearenses. Defendo, prioritariamente, as bandeiras da educação,
da agropecuária e da segurança, sem descuidar dos demais assuntos.
O E. | Você acredita que a política no Ceará está empenhada
em favor do povo cearense ou ainda há uma necessidade de grandes
projetos para o estado?
O. R. | Sem desmerecer o empenho e
as políticas públicas deste e de governos anteriores, o Ceará ainda é um
estado dos mais desiguais da federação. Ainda há muito a se fazer,
principalmente na área social, para melhorar o bem-estar de toda a
comunidade, assim como na área educacional. A despeito do que se fala da
educação, temos grandes desafios, incluindo o combate ao analfabetismo,
que ainda é grande. E também melhorar os indicadores de estudantes no
ensino superior.
O E. | Os municípios cearenses vêm sofrendo com a falta de
serviços básicos na saúde e educação. Como você analisa esses cenários e
quais são os seus projetos para mudar essa realidade?
O. R.
| Neste momento, presenciamos uma situação que eu diria desesperadora
em vários municípios, quando vejo os gestores apelando aos governos
estaduais e federal, mendigando recursos para a municipalidade. Já
existe até demissão de pessoal, diante da escassez orçamentária. O que
se pode fazer é atuar em conjunto com deputados federais, pois os
recursos que chegam às prefeituras provêm, principalmente, da União.
O E. | Você pretende concorrer à prefeitura de Sobral? Quais são os planos?
O.
R. | Acho que está na hora de virar a chave em Sobral. O mesmo grupo
vem governando o município, desde que Cid Gomes foi prefeito ainda nos
anos 1990. Até para o exercício da democracia e para o bem da gestão
municipal, é importante a alternância do poder. Sobral precisa oxigenar
sua administração, que só será possível com um grupo diferente do atual,
que já tem visível fadiga de material. Pretendemos dar um impulso na
cidade, uma verdadeira reconstrução do município, ampliando as
possibilidades da construção civil, para alavancar empregos. Aperfeiçoar
a educação, tornar uma cidade mais aberta a negócios, com menos
impostos, e mais oportunidades, tanto para empreendedores quanto para o
cidadão comum. Vamos fazer tudo para diminuir a criminalidade e aumentar
a sensação de segurança. A população está amedrontada.
O E. | Recentemente o deputado criticou o estado de
conservação das calçadas da cidade de Tianguá, na Serra da Ibiapaba.
Você acredita que há um descaso do governo na conservação do patrimônio
público e inclusão de pessoas com deficiência?
O. R. | É um
problema sério. As pessoas foram construindo suas casas ao longo do
tempo, sem planejamento, e criaram a situação atual. Cabe aos gestores a
preocupação com as pessoas com necessidades especiais. Tianguá é só um
exemplo de cidade que não cuida de seu patrimônio e não se preocupa com
as condições de mobilidade. Criamos uma cultura que privilegia carros,
numa localidade em que as pessoas percorrem as ruas a pé. O pedestre
deve ter preferência no trânsito e nas calçadas, e o cuidado com a
mobilidade de pessoas com necessidades precisa estar presente em
qualquer planejamento urbano.
O E. | O deputado defende o retorno do projeto Paulo Freire
que tem como objetivo a diminuição da pobreza e a valorização dos
agricultores. Como o deputado pretende atuar para dar mais visibilidade a
esse tema?
O. R. | Já aprovamos na Assembleia requerimento
ao Governo do Estado, solicitando o retorno do projeto. Em visitas a
comunidades no entorno de Sobral, vimos a importância desse projeto, e a
cobrança por sua continuidade. São pequenas ações de largo alcance
social, pois beneficia não só agricultores mas também
microempreendedores, contribuindo para diminuir a vulnerabilidade social
e ainda evitar o êxodo rural, com graves consequências de migração para
centros urbanos, numa espiral que aumentaria as desigualdades.
Por Ismael Azevedo
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