Até dezembro de 2023, o pagamento do 13º salário deverá injetar R$ 7
bilhões na economia cearense, o equivalente a 2,4% do total do Brasil e
15,4% da região Nordeste. Esse montante representa em torno de 3,0% do
PIB estadual. A média de valores por pessoa é estimada em R$ 2.163,65. A
projeção foi divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatística e
Estudos Socioeconômicos (DIEESE).
Ainda segundo a estimativa, do
total de pessoas que terão acesso ao benefício na Região Nordeste, o
Ceará corresponde a 16,4%. Os empregados do mercado formal, celetistas
ou estatutários, representam 55,3%, enquanto pensionistas e aposentados
do INSS equivalem a 44,7%. O emprego doméstico com carteira assinada
responde por 0,8%. Com relação aos valores que cada segmento receberá,
os empregados formalizados ficam com 67,2%, o equivalente a R$ 4,7
bilhões. Os beneficiários do INSS, com 32,8% (R$ 1,8 bilhão), enquanto
aos aposentados e pensionistas do Regime Próprio do estado caberão 5,1%
(R$ 357,0 milhões) e aos do Regime Próprio dos municípios, 2,3%.
Entre
os aposentados que estão na espera para receber o benefício está Tereza
Pereira, de 63 anos. “É um dinheirinho que sempre aguardamos, pois
ajuda nas compras de final de ano, momento em que geralmente a gente
gasta mais. O décimo é fundamental para mim e para a minha família. Vai
servir para incrementar a nossa ceia e as festas antes de entrarmos no
ano que vem”, disse.
“O 13º salário é um direito constitucional
do trabalhador e muito importante para a movimentação da economia no
final do ano. Geralmente, é um momento de grande aquecimento econômico,
com o varejo vendendo mais, as pessoas consumindo mais, o comércio
realmente animado para concluir o ano com saldo positivo. Neste ano, a
projeção de injetar R$ 7 bilhões na economia é superior à do ano
passando, que foi em torno de R$ 6 bi, o que evidencia um momento melhor
do cenário atual, potencializado por programas como o Desenrola Brasil,
por meio do qual muita gente saiu do vermelho. Importante lembrar ao
consumidor, no entanto, que não é só gastar, é preciso refletir antes de
comprar e avaliar o que pode ser deixado para depois para evitar
endividamentos”, destacou o especialista em economia e contador, Helder
Pereira.
Dados nacionais
No cenário nacional, o benefício tem o
potencial de injetar na economia brasileira cerca de R$ 291 bilhões,
2,7% do Produto Interno Bruto (PIB). Para o cálculo do impacto do
pagamento do 13º salário, o DIEESE não leva em conta autônomos,
assalariados sem carteira ou trabalhadores com outras formas de inserção
no mercado de trabalho que, eventualmente, recebem algum tipo de abono
de fim de ano, uma vez que não há dados disponíveis sobre esses
proventos.
De acordo com o DIEESE, a parcela mais expressiva do
13º salário (50%) deve ser paga nos estados do Sudeste, cuja capacidade
econômica do país é maior. Já no Sul devem ser pagos 17% do montante e
no Nordeste, 15,7%. Enquanto isso, as regiões Centro-Oeste e Norte
pagam, respectivamente, 8,8% e 5%. No Distrito Federal, por exemplo, que
detém o maior valor médio para o 13º, deve pagar R$ 5.400. Já os
menores valores do país ficarão com Maranhão e Piauí (R$ 2.087 e R$
2.091, respectivamente).
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