CE deve ter mais de 10 mil casos de câncer de pele até o fim do ano

CE deve ter mais de 10 mil casos de câncer de pele até o fim do ano

quarta-feira, 13 de dezembro 2023

O verão no hemisfério-sul já começa no fim deste mês de dezembro, motivo pelo qual a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) escolheu tal período para alertar a população sobre a prevenção ao câncer de pele. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) indicam que 10.370 novos casos de câncer de pele não melanoma devem ter sido registrados ao longo do ano no Ceará até o final de 2023. Também conforme o Inca, este é o tipo mais frequente da doença no Brasil.

A doença pode ser dividida em dois grupos principais: os melanomas e os câncer de pele não melanoma, sendo este último o mais comum, correspondendo a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país. No Brasil, as estimativas do Inca indicam o surgimento de mais de 220 mil casos dessa neoplasia até o fim do ano. Mais de 101 mil diagnósticos devem ser registrados em homens e aproximadamente 118 mil em mulheres. A dermatologista Luíza Riotinto, do Instituto do Câncer do Ceará (ICC), explica que a enfermidade, considerada rara em crianças, é mais comum em pessoas com mais de 40 anos.
Além disso, ela alerta que, embora pessoas negras tenham menos diagnósticos do tipo, isso não elimina os riscos e as necessidades de cuidados. “Ainda que as pessoas de tons de pele mais escuros tenham uma menor incidência de câncer de pele em comparação com as pessoas de peles mais claras, é importante compreender que existem outros fatores de risco como histórico familiar, doenças de pele prévias, sistema imune debilitado e exposição à radiação artificial. Além disso, o câncer de pele em tons mais escuros pode ser diagnosticado mais tardiamente, o que pode impactar nas opções de tratamento”, destaca a médica.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o câncer de pele como o tipo mais comum em todo o mundo e as estimativas são alarmantes anualmente, sendo a exposição excessiva aos raios ultravioleta (UV) do sol, a principal causa dessa neoplasia. A Dra. Riotinto lembra que a exposição prolongada e repetida sem proteção ao sol aumenta o risco, especialmente para aqueles que têm a pele clara, principalmente nos casos de pessoas que são albinas. “As lesões costumam se manifestar como asperezas na pele ou como pequenas feridas que sangram facilmente e não cicatrizam. Quase sempre se localizam nas áreas expostas ao sol diariamente como rosto, orelhas, careca, ombros, etc, mas podem surgir em qualquer local”, detalha.

De acordo com a especialista, as lesões não costumam doer, mesmo nas fases mais avançadas. O câncer de pele melanoma, por outro lado, pode se apresentar de maneira mais agressiva e se manifesta através de pintas de coloração escura. “A associação do melanoma com o sol é bem conhecida, principalmente com os episódios de exposição intensa, mas este tipo de câncer de pele também tem forte influência genética”, lembra a dermatologista. Ainda de acordo com ela, este tipo de diagnóstico, muitas vezes, acomete pessoas mais jovens.

No caso de pintas na pele, olhos, boca, meninges, unhas e outros que tenham características como assimetria, bordas irregulares e cores que variam, por exemplo, é necessário procurar o atendimento médico para avaliação. Nesse sentido, a prevenção continua sendo considerada o melhor caminho para combater a doença. “O uso de filtro solar é indispensável, mesmo em dias nublados, mas os cuidados vão muito além disso”, explica Luíza Riotinto, acrescentando que o protetor solar deve ser reaplicado a cada quatro horas ou após nadar ou suar.

É preciso ainda, evitar exposição ao sol entre 10h e 16h, pois em tal período os raios UV são mais intensos. A sociedade também deve buscar manter uma boa hidratação e fazer uso de roupas e acessórios adequados, como chapéu, boné, óculos, roupas com proteção ultravioleta, guarda-sol, sombrinha, e ainda evitar a realização de procedimentos como o bronzeamento artificial. “As câmaras de bronzeamento são proibidas no Brasil […] Existem produtos autobronzeadores como loções, cremes e óleos que dão um pigmento artificial na pele e podem ser retirados depois do uso. É uma opção para quem gosta de estar com a pele bronzeada”, aconselha a médica do ICC.

Por Yasmim Rodrigues

 

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