PF diz que pode identificar autores de plano para matar Moraes

 

PF diz que pode identificar autores de plano para matar Moraes

sexta-feira, 05 de janeiro 2024

A Polícia Federal (PF) tem condições de identificar os responsáveis pelo plano de assassinar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, durante os atos golpistas do dia 8 de janeiro do ano passado. A informação, do diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, foi dada nessa quinta-feira (4) à GloboNews. Além disso, ele afirmou que a corporação já investigava os autores, mas não deu mais detalhes sobre o caso, apesar de destacar que a PF está debruçada nessa apuração, segundo o UOL. O plano foi revelado pelo ministro, ontem, em entrevista ao jornal O Globo, e incluía a participação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que monitorava os passos dele, segundo Moraes. Andrei Rodrigues afirmou que o monitoramento do magistrado pela Abin ocorreu de forma indevida e ilegal e que existe investigação para descobrir os responsáveis pelo caso. Ainda de acordo com Moraes, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a investigação sobre o 8 de janeiro revelou planos contra ele.

“O primeiro previa que as Forças Especiais do Exército me prenderiam em um domingo e me levariam para Goiânia. No segundo, [eles] se livrariam do corpo no meio do caminho para Goiânia. O terceiro [plano], de uns mais exaltados, defendia que, após o golpe, eu deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes. Para sentir o nível de agressividade e ódio dessas pessoas, que não sabem diferenciar a pessoa física da instituição”, disse ao jornal O Globo. O ministro conta que, apesar dos exageros, já esperava algo parecido. “Não poderia esperar de golpistas criminosos que não tivessem pretendendo algo nesse sentido. Nada disso ocorreu.

Então, está tudo bem.” Moraes considera que ações do STF foram fundamentais para evitar o golpe. “Se não houvesse a demonstração clara e inequívoca de que o Supremo Tribunal Federal não iria admitir nenhum tipo de golpe, poderíamos ter um efeito dominó que geraria caos no país.” Ele considera que Lula (PT) acertou ao não decretar Garantia da Lei e da Ordem (GLO). O ministro disse que a investigação mostrou que o plano das pessoas acampadas em frente aos quartéis era ir a Brasília, invadir o Congresso Nacional e ficar até que houvesse uma GLO para que o Exército fosse retirá-los. “Eles tentariam convencer o Exército a aderir ao golpe. O que mostra o acerto em não se decretar a GLO, porque isso poderia gerar uma confusão maior”, afirma Moraes. O ministro refutou as críticas de que as penas aos condenados pelo 8/1 foram “excessivas”. “Se as penas máximas fossem aplicadas, pegariam mais de 50 anos, mas pegaram 17 (no máximo). Se não quisessem ser condenados, não praticassem nenhum crime”. Para ele, há também um componente preconceituoso nesse tipo de opinião. “Nenhum desses golpistas defende que alguém que furtou um notebook não possa ser preso. E eles, que atentaram contra a democracia, não podem? Os presos são de classe média, principalmente do interior, e acham que a prisão é só para os pobres. A Justiça tem que ser igual para todos.

O Estado

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