Cirurgias para correção de espaço craniano começam a ser feitas no Hospital Regional Norte


 

Cirurgias para correção de espaço craniano começam a ser feitas no Hospital Regional Norte

terça-feira, 02 de abril 2024

A craniossinostose é também conhecida como cranioestenose, essa patologia é uma anormalidade congênita, isto é, que se apresenta desde o nascimento, ela é a fusão prematura de uma ou mais suturas cranianas, sendo as linhas de abertura no crânio ou “moleira do bebê”, como são conhecidas e podem atingir 1 em cada 2.500 crianças. É o que explica o neurocirurgião pediátrico Eduardo Jucá, do Hospital Albert Sabin (Hias).
“Cranioestenose é o fechamento precoce de uma ou mais suturas cranianas. Sutura é aquela região do crânio que fica no limite entre os ossos e é ali que acontece o crescimento do crânio, dando espaço para a expansão do cérebro justamente na época em que o cérebro humano mais se expande, que é durante o primeiro ano de vida”, explica o neurocirurgião.
Falando de forma geral, as suturas cranianas, quando fecham prematuramente, causam um crescimento anormal do crânio. Quando a forma do crânio se modifica, ocorrem as deformidades cranianas, que causam consequências estéticas e podem comprometer o desenvolvimento neurológico da criança, além de levar à hipertensão intracraniana. Dessa forma, assim como o aumento da pressão arterial provoca problemas de saúde nas pessoas, a hipertensão intracraniana também provoca consequências como dor de cabeça, alteração visual e prejuízo na capacidade de aprendizado.
Para o diagnóstico precoce e o tratamento seja realizado de forma mais rápida, pois a correção desta deformidade deve ser realizada prioritariamente entre os 4 e 8 meses de idade das crianças, os pais devem estar atentos a qualquer alteração no rosto ou no crânio da criança, além disso, devem realizar as consultas e os exames de rotina solicitados pelo pediatra. Esse diagnóstico necessita de uma avaliação clínica por um pediatra ou neurocirurgião pediátrico. Somente após o especialista ouvir os pais e analisar os sintomas, ele solicitará exames de imagens que comprovem a suspeita, como ultrassonografias, radiografias, tomografia computadorizada e ressonância magnética para avaliar a estrutura do crânio de forma detalhada.
Visando promover mais conforto para os pais que necessitam passar por esse tipo de tratamento com os filhos e evitar longas viagens para Fortaleza, onde este tipo de cirurgia já é realizada, o serviço de neurocirurgia do Hospital Regional Norte (HRN), unidade da Secretaria da Saúde (Sesa) em Sobral, passou a promover o tratamento cirúrgico da craniostenose. A primeira cirurgia foi realizada no dia 22 de março, no pequeno Artur Nóbrega de Freitas, de apenas 7 meses, ele reside com os pais em Quiterianópolis. O procedimento foi conduzido. Pelo neurocirurgião pediátrico Eduardo Jucá, do Hospital Albert Sabin (Hias), também da Rede Sesa, e pelos neurocirurgiões do HRN, Paulo Roberto Lacerda Leal, Helano Luiz Gomes Barbosa, Keven Ferreira da Ponte e Gerardo Cristino.
Segundo Paulo Leal, responsável por coordenar o Serviço no HRN, eles dependiam de transferências para que as crianças pudessem realizar a cirurgia no Hospital Infantil Albert Sabin, em Fortaleza. Mas agora, as expectativas são poder atender essas pacientes da Região Norte, em Sobral, sem a necessidade de deslocamento. “Nós estávamos dependentes da transferência dessas crianças para o Hospital Infantil Albert Sabin, mas com a qualidade e infraestrutura técnica do HRN, nós pudemos desenvolver essa parte da neurocirurgia aqui mesmo, evitando o transporte e o deslocamento dessas famílias do interior para a capital”, ressalta Paulo.
Conforme o neurocirurgião do HRN, Gerardo Cristino, esse Serviço de Neurocirurgia do HRN está ativo desde 2013 com um parque tecnológico, ele tambem faz questão de ressaltar que os neurocirurgiões e neuroanestesistas são altamente capacitados para realização de cirurgias de alta complexidade, tanto de crânio, como de coluna, medula e nervos periféricos. Além disso, o Dr. Cristino acrescentou que “em relação à neurocirurgia em crianças, já eram realizadas cirurgias dos tumores cerebrais, cistos e o tratamento das hidrocefalias”.

OEstado


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